O Instituto Butantan desenvolveu uma vacina contra a Covid-19.
A entidade ligada ao Governo de São Paulo pedirá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a testagem. Deve se chamar ButanVac.
Essa vacina usa a mesma tecnologia da vacina da gripe aviária, sendo que se sua eficácia for comprovada, será possivelmente a mais segura. Essa tecnologia se baseia em replicação do vírus em ovos com embriões e depois inativados. Uma técnica já conhecida e de reconhecida segurança.
Ter uma vacina brasileira é de fundamental importância para agora e para o futuro, pois novas variantes do vírus surgirão e não podemos continuar com dependência de outros governos para garantirmos a segurança sanitária de nosso próprio povo.
O Butantan é referência mundial em vacinas. Mas precisa de mais apoio, financiamento. Pesquisas custam caro e não brotam em árvores.
Uma grande preocupação é o orçamento público federal de 2021 que aponta para cortes imensos na educação, saúde, ciência e mesmo no censo, fator importantíssimo para a saúde pública.** Sem dinheiro em áreas prioritárias, o país pode estar constantemente sujeito a situações como a dessa pandemia de total dependência de insumos do exterior.
Diferentemente da Coronavac ou da vacina de Oxford, em que os parceiros nacionais podem produzir uma capacidade limitada de doses, na nova vacina o Instituto Butantan é o principal desenvolvedor dentro de um consórcio e poderá produzir a maior parte dos imunizantes; informa a agência de notícias CNN*.
A vacina já foi cadastrada no sistema da OMS, com as empresas Dynavax e PATH como parceiras. Ao todo, segundo o Ministério da Saúde, há 17 estudos pré-clínicos de vacinas no Brasil.
*https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021/03/25/butantan-desenvolve-vacina-brasileira-contra-covid-19-e-quer-iniciar-testes
Kleber Del-Claro
Editor de A Ciência que nós fazemos -
Professor Titular da Universidade Federal de Uberlândia
Prof. Permanente na PG Entomologia Universidade de São Paulo (FFCLRP).
Pesquisador 1A do CNPq.
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