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  • Foto do escritorKleber Del Claro

Coronavirus: a Segunda Onda! O que a história ensina e o que podemos fazer!



No Brasil o pico da pandemia de Coronavírus, Covid-19 ainda não chegou. Infelizmente por uma série imensa de razões, equívocos, atrás de equívocos, como mostra a grande imprensa todos os dias, o Brasil caminha para ser o líder mundial do número de mortes por covid-19, com enormes prejuízos a todos os setores da sociedade.


Mas uma onda maior, pode vir com a chegada do inverno.


No mundo todo já é esperada e temida uma segunda onda da Covid-19 quando o inverno chegar no oriente extremo (China principalmente), Oriente Médio (Irã e Iraque principalmente) e na Europa (principalmente no leste europeu). A OMS, Organização Mundial da Saúde já alerta para isso (1). Teme por vidas e pelos sistemas econômicos, que podem colapsar. Por isso, precisamos nos preparar.


Há notícias preocupantes e confiáveis (1) de que dados recentes de Wuhan mostram que de 5% a 10% dos pacientes que se recuperaram do coronavírus e receberam alta do hospital, mas tiveram um resultado positivo novamente. Ou seja, se reinfectaram. O problema é que estes pacientes saíram da quarentena e podem infectar outras pessoas. Assim, a busca por uma vacina é imperativa, já que vírus são resistentes à maioria dos medicamentos conhecidos. Precisamos ter em mente, que no combate aos vírus, não há milagres, não existe medicamento mágico.


A história nos mostra que há sérios motivos para nos preocuparmos.

Em 1918 a pandemia por gripe espanhola atingiu toda a população do mundo, ela foi detectada pela primeira vez no Kansas nos Estados Unidos, uma primeira onda considerada leve. Em pouco tempo os casos caíram, as mortes diminuíram e o mundo parecia estar bem novamente.

Porém, poucos meses depois, em 1918 mesmo, aconteceu uma segunda onda, muito mais letal que a primeira, matando milhões de pessoas.


De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, a Gripe Espanhola teve três ondas (2):

1) A primeira onda foi considerada mais branda, tendo sido detectada em março de 1918 no Kansas, Estados Unidos, num campo de treinamento de tropas destinadas ao front da Primeira Guerra.

2) A segunda onda aconteceu quando as tropas estavam se preparando para retornar do front na França; depois de percorrer vários continentes, a gripe retornou aos Estados Unidos em agosto, matando milhões.

3) A terceira onda foi mais moderada e aconteceu no início de 1919, de fevereiro a maio daquele ano.


A História nos diz que devemos nos preparar.

E o que devemos fazer?


A primeira coisa que cada país deve fazer é buscar a união social, a solidariedade social, confiar na ciência e estabelecer núcleos de estudos em todas as áreas buscando soluções integradas: saúde, economia, educação, tecnologia, informação. Surgirão muitas ações, algumas comuns ao sucesso no combate à pandemias, tais como:


1) Estruturar nossos sistemas de saúde, aprimorando técnicas e o pessoal. Ampliar em números hospitais, equipamentos e pessoas técnico especializado;

2) Prevenir a ação de outras doenças endêmicas de forma a desafogar os sistemas de saúde;

3) Iniciar a produção de insumos, equipamentos e medicamentos coadjuvantes no tratamento de doenças internamente, dentro do país, pois os sistemas de transporte e o comércio internacionais podem voltar a ser muito impactados, se não encerrados por longos períodos;

4) Educar, informar e conscientizar a população. Buscando a colaboração de cada um com informações verdadeiras, baseadas na ciência, nos estudos médicos confiáveis e checados. Ter unidade nacional no tratamento e na lida com a pandemia;

5) Preparar o sistema econômico para novos impactos, incentivando a produção e estoque de alimentos, especialmente os produtos agrícolas, mais baratos e de fácil distribuição interna, a fim de evitar o desabastecimento e a fome;

6) Buscar um união nacional urgente, de todos os poderes a fim de combater o inimigo comum com transparência e pensando não apenas em salvar vidas, mas na manutenção da economia e dos sistemas básicos funcionando;

7) Restaurar de forma à distância e criativa os sistemas de ensino e formação de pessoal, especialmente de alunos de últimos anos universitários, e especialmente nas áreas médicas, biológicas, agropecuárias e nas engenharias, pois estes profissionais serão imprescindíveis nesse momento;


Estas são algumas sugestões que temos visto os países mais avançados do mundo correndo atrás. Precisamos seguir quem está à frente, pois já tiveram seu tsunami e esperam o segundo. Nós, a continuar em nossa desorganização interna corremos o risco de ver muitos, muitos mortos e o país morrer na praia.

O Brasil tem que ser maior que suas vaidades.


Kleber Del Claro cientista, biólogo, escritor e professor universitário federal.

Pesquisador 1A do CNPq. A Ciência que nós fazemos (https://www.cienciaquenosfazemos.org/)



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