Enfim uma boa notícia!
Ainda é um estudo preliminar, mas um artigo em avaliação pelos pares internacionais, sugere que o vírus SARS-CoV-2, ou o Covid-19, possa ter sofrido uma mutação na Índia em janeiro desse ano. Essa mutação parece ter sido significativa e o enfraqueceu, possibilitando o desenvolvimento mais rápido de uma vacina. A fraqueza se refere a um ponto genético específico que pode ser detectado mais facilmente, ou seja, um endereço para encontrarmos o inimigo.
O artigo é intitulado:
Analysis of the mutation dynamics of SARS-CoV-2 reveals the spread history and emergence of RBD mutant with lower ACE2 binding affinity.
e pode ser obtido em:
Os autores argumentam nos pontos de destaque do artigo que:
"Com base nos dados da sequência do genoma atualmente disponíveis, provamos que o genoma do SARS-COV-2 tem uma taxa de mutação e diversidade genética muito mais baixa do que o SARS durante o surto de 2002-2003. O gene codificador da proteína spike (S) do SARS-COV-2 é encontrado relativamente mais conservado do que outros genes codificadores de proteínas, o que é uma boa indicação para o desenvolvimento de drogas antivirais e vacinas em andamento. A análise da filogenia de Evolução Mínima revelou o status original putativo do SARS-CoV-2 e o histórico de disseminação em estágio inicial. Confirmamos um rearranjo relatado anteriormente no arranjo de proteína S do SARS-COV-2 e propomos que esse rearranjo deva ter ocorrido entre o SARS-CoV humano e um SARS-CoV de morcego, em um momento muito anterior ao SARS-COV-2 transmissão ao ser humano. Fornecemos a primeira evidência de que um SARS-COV-2 mutado com afinidade de ligação ao receptor ACE2 humano reduzida surgiu na Índia com base em uma amostra coletada em 27 de janeiro de 2020."
Uma preocupação constante nas viroses é a de que mutações possam tornar vacinas existentes fúteis no futuro. Por isso devemos estar sempre atentos e pesquisando o vírus, incansavelmente.
No resumo os autores destacam isso:
"O monitoramento da dinâmica de mutação do SARS-CoV-2 é fundamental para o desenvolvimento de abordagens eficazes para conter o patógeno. Ao analisar 106 seqüências do genoma SARS-CoV-2 e 39 SARS, fornecemos evidências genéticas diretas de que o SARS-CoV-2 tem uma taxa de mutação muito menor que a SARS. A análise da filogenia de Evolução Mínima revelou o status original putativo do SARS-CoV-2 e o histórico de disseminação em estágio inicial. As filogenias discrepantes para a proteína spike e seu domínio de ligação ao receptor provaram um rearranjo estrutural previamente relatado antes do surgimento da SARS-CoV-2. Apesar de termos descoberto que a glicoproteína de pico da SARS-CoV-2 é particularmente mais conservada, identificamos uma mutação que leva a uma menor capacidade de ligação ao receptor, que diz respeito a uma amostra de SARS-CoV-2 coletada em 27 de janeiro de 2020 na Índia. Isso representa o primeiro relatório de um mutante significativo da SARS-CoV-2 e suscita o alarme de que o desenvolvimento contínuo da vacina pode se tornar fútil em futuras epidemias se mais mutações forem identificadas."
Pesquisas prosseguem em Taiwan e na Áustrália
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