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  • Foto do escritorKleber Del Claro

A Degradação da Natureza causa Pandemias, Fome, Desemprego e Conflitos Globais.






Dessa vez foram, provavelmente, as fezes de um morcego, que caíram sobre um pangolim que depois foi comido por alguém no fim do mundo, num lugar que nunca tínhamos ouvido falar, que transformou e transtornou a vida de todos nós.

Esse risco já vinha sendo apontado, por diversos cientistas, em várias publicações. E não restritas aos rincões da China, mas também nas Américas (1). Cientistas argumentam que a devastação da Amazônia tem o mesmo potencial (1). Sua perda não apenas representa uma enorme perda de biodiversidade e recursos bioquímicos e naturais ainda desconhecidos, mas pode liberar no mundo doenças já conhecidas como a malária e febre amarela. Mas muitas viroses desconhecidas podem encontrar um caminho em aviões, caminhões e nas pessoas para chegar aos grandes centros e se transformar em uma nova pandemia. A destruição da natureza pode não apenas reviver microrganismos terríveis a nós como a cólera (2), mas também a contaminação dos solos, da água e do ar matam e imolam, tanto quanto as doenças (2), ou mais.

Já faz algum tempo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações relatam que (3) "a prevalência de doenças humanas durante a última década está aumentando rapidamente. O crescimento da população e a poluição da água, do ar e do solo estão contribuindo para o crescente número de doenças humanas em todo o mundo. Atualmente, cerca de 40% das mortes no mundo são devidas à degradação ambiental. A ecologia do aumento de doenças possui fatores complexos de degradação ambiental, crescimento populacional e a desnutrição atual de cerca de 3,7 bilhões de pessoas no mundo".

A globalização ligou tudo, muito rapidamente. Informação, imagem, documentos, ofensas e elogios viajam o mundo em questão de milésimos de segundos. Mas o que os governos, por ignorar os cientistas, ainda não tinham levado à sério, é que esse fenômeno recente também globalizaria doenças e suas consequências mais terríveis: fome, desemprego e conflitos populacionais (3,4,5).

A pandemia do coronavírus, Covid-19, é um claro reflexo da agressão humana à natureza, ao desrespeito do homem para com às outras espécies que habitam esse planeta e para com seus próximos. Estamos vendo resultados terríveis do descaso humano para com a natureza e pela primeira vez a economia mundial sente o soco no estômago, ou talvez, a facada no coração, pelo seu desrespeito à natureza.

É passada a hora de controlarmos o tamanho e a qualidade de vida de nossas populações (3). Há limites para explorarmos a natureza, ela vem mostrando isso claramente nas últimas décadas com seus sinais do aquecimento global e suas consequências, do buraco na camada do ozônio, da poluição e qualidade da água e do ar, ambas péssimas nas grande metrópoles do mundo todo.

Mas talvez o pior ainda esteja por vir. Sim, sempre há espaço para sermos pessimistas quando pensamos nas atitudes irresponsáveis e inconsequentes de governantes inescrupulosos e populistas. A pandemia atual começa a matar, não apenas nos leitos hospitalares, mas também nas cozinhas do mundo todo (4). Há fome, há desemprego, começa a surgir uma atmosfera comum às crises mundiais mais severas do século passado (5). Países começam a agir uns contra os outros em seu desespero em proteger os seus cidadãos, custe isso o que custar aos de outras nações (5). Vamos sentir em breve a falta que faz uma ONU (Organização das Nações Unidas), forte e unida para o bem da humanidade?

A nós cientistas, ecólogos, biólogos, climatologistas, geógrafos, pensadores, resta mais uma vez advertir: precisamos ouvir a natureza, pois ela tem limites e vai reagir. Toda força de ação, tem uma de reação, com igual sentido, mas direção oposta. Mas desconhecemos a força da reação da natureza. Ao que tudo indica, é muito mais potente do que talvez possamos suportar.

Então, não seria a hora de repensarmos seriamente, como nações unidas, nosso papel no planeta?


Um abraço,

Kleber Del Claro buscando um motivo para otimismo.





Referências

(1) Castro MC, et l. PLoS Biol. 2019 Nov 15;17(11):e3000526. doi: 10.1371/journal.pbio.3000526. eCollection 2019 Nov. Development, environmental degradation, and disease spread in the Brazilian Amazon.


(2) Shiva M. ICCW News Bull. 1992 Jul-Dec;40(3-4):15-9. Environmental degradation and its health implications for children.


(3) Pimentel, D., Cooperstein, S., Randell, H. et al. Ecology of Increasing Diseases: Population Growth and Environmental Degradation. Hum Ecol 35, 653–668 (2007). https://doi.org/10.1007/s10745-007-9128-3




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